LEVANTAMENTO DO INSTITUTO AVON TRAZ DADOS SOBRE MISOGINIA E VIOLÊNCIA CONTRA MULHERES EM FÓRUNS ANÔNIMOS DA INTERNET
Sempre atento a formas de investigar e diminuir as violências contra meninas e mulheres, o Instituto Avon tem se aprofundado na coleta e análise de dados sobre as violências praticadas na internet. Primeiro, com a pesquisa
Muito além do Cyberbullying: a violência real do mundo virtual (2019 -2021), realizada em parceria com a Decode, e agora com o levantamento
Misoginia e Violência contra mulheres na internet: um levantamento sobre fóruns anônimos, uma parceria com a empresa Timelens, que mapeou discursos misóginos e práticas de violência contra mulheres dentro dos chamados “chans” (channels), como são conhecidos os espaços anônimos de comunicação disponíveis majoritariamente na deep web e com acesso proibido a mulheres.
Entre junho de 2021 e junho de 2023, foram analisados 9,5 milhões de posts, em 10 chans e 47 grupos em aplicativos de mensagens. Um dos principais achados do estudo foi o aumento da popularidade desses espaços que reúnem discursos e práticas de desqualificação e violência contra mulheres, retratando-as como objetos para satisfação sexual e denominadas como “depósito” (de esperma).
O perfil médio dos frequentadores é de homens heterossexuais, com idade entre 20 e 24 anos, que se identificam como conservadores e expressam grandes dificuldades socioafetivas, sentimentos de fracasso e rejeição, em especial em relação às mulheres. A menção à violência esteve presente em 46% das discussões sobre mulheres em geral e 69% das discussões sobre pornografia, sendo quase 18 mil comentários dedicados a vazamentos e/ou pedidos de vazamentos de nudes.
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Esses espaços online são críticos para o enfrentamento das violências contra mulheres. Os dados mostram como a misoginia toma forma e se materializa em discursos e práticas nesses ambientes, que são cada vez mais populares e acessíveis. É preciso que as autoridades e a sociedade passem a reconhecer, regulamentar, fiscalizar e punir os autores destes comportamentos para que a misoginia não seja normalizada”, afirma Daniela Grelin, diretora executiva do Instituto Avon, que recentemente escreveu um
artigo sobre violência digital contra as mulheres para a Exame.
Para conferir a pesquisa
Misoginia e Violência contra mulheres na internet: um levantamento sobre fóruns anônimos, clique no banner disponível no
site do Instituto Avon.